Nosso Relato da Entrevista

Bem, faz tempo, mas é interessante para aqueles que ainda vão passar pela entrevista, segue nosso relato de entrevista que foi em 06/08/2007.

enjoy...

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Alguns dias antes e a preparação...
Nossa entrevista estava marcada para segunda feira 06/08 às 15:30h.Fomos para São Paulo na sexta anterior, pois estávamos com medo da crise aérea, ter vôo cancelado e atrasado, então alugamos um quarto de hotel pelo RDC Férias e fomos a família completa, pois queríamos passar um tempo em família juntos também. Nossa sorte, o hotel em que ficamos (NH Della Volpe… Santa RDC… Hotel Maravilhoso) ficava a 50m do Hotel Crowne Plaza (lugar da entrevista), sabíamos que era perto, mas não tanto. No sábado, estudamos um pouco e levamos as crianças para passear, no domingo começou a ansiedade e saímos para nos divertir um pouco e à noite fizemos marcação nos mapas, na segunda de manhã, terminamos alguns detalhes do nosso projeto, mas antes saí para encontrar na saída do hotel, um casal de amigos que fariam a entrevista no mesmo dia, mas na parte da manhã, cheguei bem na hora que estavam saindo, eles saíram tensos, aí pensei, ihhh não passaram, mas tinham passado, marcamos de almoçar juntos. Almoçamos e eles nos deram dicas preciosas (obrigado J. Roberto e Camila), mas ficamos muito tensos por alguns detalhes que eles nos falaram sobre a rigidez do Sr. Carl Teixeira, saímos do almoço e fomos nos preparar.

Chegamos ao hotel por volta das 3:08 (rs), a recepcionista nos informou que deveríamos esperar até próximo do horário para nos anunciar, ficamos esperando até 3:27 e fui até a recepcionista para fazer o anúncio.Como os horários pela manhã estavam atrasados, pensei: vou ter mais um tempo para ler minhas anotações e ouvir mais notícia em francês, doce engano, ela disse: podem subir… aí meu coração disparou mesmo…. É agora, subimos, quando saímos do elevador havia um cartaz de indicação “Gouvernemment du Québec -->”, seguimos a seta e chegamos em outra porta com o cartaz escrito “veullez attender, je vais vous contacter”, esperamos um minuto e saiu o Sr. Carl Teixeira, muito educado e elegante, nos cumprimentou e disse que tinha demorado um pouco, pois estava separando nossa documentação. Mandou - nos sentar.Fez uma dissertação do que estávamos fazendo ali e o motivo da entrevista. Com um francês bem rápido, porém claro, graças a Deus, entendi tudo e só pedi para repetir uma vez (mas ele disse antes que se não o entendêssemos podíamos pedir para repetir). Primeiro nos pediu a carta de convocação para a entrevista e após isso, nossos passaporte. Sempre se dirigindo a mim e logo após a minha esposa, fazendo a mesma pergunta. Pediu nossos diplomas, e por sorte, e lendo os relatos de duas entrevistas anteriores levamos nossos históricos, ele pediu os históricos para ver nossas notas, porém eu não tinha um dos históricos dos 3 diplomas que apresentei, nesta hora fiquei tenso, pois me pareceu que íamos ficar de recuperação, conferiu todos os diplomas e perguntou o tempo de curso de cada um deles. Disse que tinha diplomas de atualização e aperfeiçoamento também, mas ele disse que não era importante, disse que me daria os pontos por uma segunda especialidade, agradeci. rs

Logo em seguida pediu da minha esposa e ficou um pouco em dúvida referente ao diploma de letras, pedindo também os históricos, e disse que daria os pontos da segunda especialidade para ela também. Mas fez uma grande dissertação a ela, dizendo que seria muito difícil que ela conseguisse ser professora de primário de secundário no Québec, devido à equivalência de diplomas, que precisaria de pedagogia em Québec, e etc… Fiquei tenso nesta hora de novo…Pediu-me então os comprovantes de trabalho e experiência, perguntou se havia trabalhado como assalariado ou como empresário (serviço próprio), respondi que tinha minha empresa, entreguei o contrato social, ele perguntou quanto tempo eu trabalhava, e pediu os comprovantes de pagamento de impostos da empresa, (mais uma vez agradeço aos relatos anteriores, pois até então eu não tinha separado isso), apresentei uma certidão negativa, os impostos de renda pessoa jurídica e uma pasta com os impostos pagos, ele olhou tudinho (e era muito papel.. rs), devolveu a papelada e perguntou o que eu fazia na empresa, respondi. Passou para os comprovantes de minha esposa, ela apresentou o projeto de estágio, ele recebeu e olhou depois ela entregou uma declaração de trabalho voluntário com crianças, ele disse que não servia. (tenso de novo)… ela apresentou os mesmos documentos que eu referente às empresas dela, ele olhou e disse que não precisava dos documentos de comprovação dos impostos, pois viu que estávamos com bastantes documentos. Então perguntou quais cursos uma das empresas da minha esposa dava… deu branco… ai ai ai… só conseguíamos falar JAVA, JAVA, JAVA e JAVA… kkkkkkkkkkkkkkkkk. Nesta hora a tensão foi a mil.

Após isso nos pediu os comprovantes de língua, apresentei o da Aliança Francesa e o do Professor particular, ele fez as contas das horas, falou comigo a soma total, e eu disse que era mais ou menos aquilo mesmo, relutei em não apresentar meu certificado do Delf B1, pois haviam me dito em relatos anteriores que o entrevistador havia dito que não servia de nada. Mas apresentei assim mesmo, ele ficou surpreso e me elogiou e disse que todos deveriam fazer isso, agradeci… rs
Com os comprovantes de minha esposa, um dos professores deu a declaração de que ela tinha um entusiasmo muito grande de aprender francês, e começou a rir, então quebrei o gelo dizendo que o entusiasmo tinha sido do professor ao fazer a declaração… kkkkkk… ele riu (ainda bem).

Então me perguntou em inglês, porque o Québec? T R A V E I, pois não consegui falar quase nada, só vinha francês na minha cabeça… foi uma salada só… entre trancos e barrancos falei, trocando francês por inglês e etc… mas falei, ele fez suas anotações no laptop (como fez durante toda entrevista). Ixi agora perdi os pontos, pensei. Ele viu meu projeto sobre a mesa, e disse que já iria ver as minhas pesquisas e anotações, fez mais anotações, ao ver meu projeto, fez algumas considerações sobre preços pesquisados, concordou com alguns e outros não, achou que coloquei pouco com alimentação da família. Também não concordou com o pagamento de eletricidade ser junto com o aluguel, que seria separado. Falou bastante sobre o custo de vida de Québec.

Nesta hora comecei a ficar mais tranqüilo, pois percebi que ela estava dando muitas dicas de trabalho e custos para alguém que não passaria, e ele estava parecendo gostar da gente. Virou-se para minha esposa e perguntou em francês, porque sair do seu País, ela respondeu (bem nervosa), que queria mais qualidade de vida, e dar um futuro melhor para nossos filhos. E para melhor desenvolvimento profissional, foi aí que ele deu um papel para ela assinar dizendo que estava ciente que não poderia exercer a atividade de professora sem o permit. Fiquei mais tranqüilo ainda. Ele anotou algumas empresas que eu havia pesquisado. Fez comentários e começou uma grande dissertação de que seria muito difícil conseguir trabalho em nossas áreas de imediato, que provavelmente precisaríamos ter experiência canadense com um nível abaixo do nosso como um estudante que acabou de sair da faculdade. Então pensei, depois disso tudo não é possível que sejamos reprovados, então abrimos um mapa, quase maior que a mesa e mostramos as marcações que fizemos de pesquisa de trabalho, aluguéis e locais de atendimento ao imigrante. Ele elogiou de novo e sorriu (obrigado pela dica Rogério e Luciane), e disse nunca vi algo parecido… rs (ou algo assim), estava tão entusiasmado que nem prestei atenção.Foi então que ele nos disse que estávamos aceitos (quase pulei), e disse, MERCI… kkkkkkkkkkkkkkkkkk... E começou a imprimir os CSQ,s (lindos)… começou então a dizer que havia me qualificado como francófono e que eu não teria direito ao curso de francês no Québec, e minha esposa foi classificada como não-francófona (por pouco, segundo ele), e que ela poderia fazer o curso.

Enquanto imprimia falou muito sobre a adaptação no Québec, que seria difícil, e que aos poucos conseguiríamos nos adaptar, pois os Brasileiros se adaptam fácil, que as crianças se adaptariam bem rápido e que poderiam entrar na escola de adaptação antes de entrar na escola regular. Mostramos um folheto de escola de férias para crianças e tinha a palavra naturalismo, ele disse para tomar cuidado pois naturalismo no Québec era nudismo também, e rimos muito. Entregou os CSQ’s e nos disse para conferir, estava tudo OK. Entregou nossa via, e a via para o processo federal. Entregou-nos um postal do Québec e para copiarmos o guia de integração pela internet. Despedimos-nos, agradecemos, e no corredor pulamos, beijamos e agradecemos a Deus. Ufa… a entrevista durou 1:30h.

Meu relato: (Suzel) Gostaria de acrescentar que o meu francês é só o básico e de tudo que ele falava eu compreendia o que ele queria dizer, mas não entendia tudo (só uns 30%), ele falava muito rápido. O Well respondeu a tudo o que ele disse, mas eu só respondia o básico. Uma coisa que observei (a Camila e o José Roberto tinham nos falado), é que parece que ele estava muito mais preocupado em fazer a entrevista com o demandante principal e eu estava lá só para certificar os documentos que enviamos em nossos nomes. Não é para assustar mas responder a tudo o que ele pede só com o francês básico fica difícil desenvolver a entrevista. Então leiam e ouçam muitas conversações em francês… Mas, enfin, graças a Deus o Wellington estava muito preparado.

Minhas dicas: Não confiem em levar só os documentos solicitados no anexo da carta de convocação, levem tudo que se refere àquele assunto, por exemplo, para quem tem empresas, levem os IRPJ’s, comprovantes de pagamento de impostos e Certidões negativas. Pessoas físicas levem os últimos 5 anos de impostos de renda pessoa física. Levem suas pesquisas de tudo, pesquisem muito, pois contam pontos como adaptação. Fiquem tranqüilos, pois eles querem apenas comprovar (difícil essa… hehehehehhe). Estudem bastante o francês, pois cada vez mais está mais dificil o processo. Tirem cópia do processo enviado a Québec e estudem uma conversação em cima destes documentos.

Bonne Chance à Tous!

Agradecimentos:
Obrigado ao pessoal das comunidades da MMA, Go Canadá e Quero ir para Québec, pelas dicas, relatos e paciência, ao Otávio e Maura. Aos amigos Rogério e Luciane (pelas idéias), J. Roberto e Camila (pelas dicas), Alexandre e Valéria, que nos incentivaram. Aos nossos amigos e irmãos, Fabiano e Nádia, Plínio e Cristiane, Wanderley e Marta, que nos suportaram durante todo esse período de muita ausência e estudo. Aos colegas de Aula de Francês, que me agüentaram, Maristela, Eduardo (e Catarina), Anaya, Clarice, Chihab, Guilherme. Aos professores, Marcos, Simone, Samuel e Olivier, Rs… muita gente que fez parte disso tudo. E principalmente minha esposa maravilhosa que me deu apoio e suporte, além dos meus filhos que entenderam minha ausência neste período de estudos e pesquisas.

PS: esqueci algo...além das pesquisas de emprego que levei, levei tbem uma oferta de emprego que me foi oferecida... ele não gostou, disse que era melhor não colocar a carroça na frente dos bois... rs... fiquei muito sem graça nessa hora, mas disse que precisava ver a aceitação do meu curriculum.

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abraço

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